Faltam poucos meses para encerrar o ano de 2025, e as dúvidas sobre o temido Leão já começam a surgir, preparando o terreno para a declaração do ano que vem. Uma das principais duvidas ainda é: Como saber se serei obrigado a declarar Imposto de Renda em 2026?
Precisamos ter em mente esse assunto o ano todo para podermos nos planejar e realizar nossas movimentações financeiras e patrimoniais de maneira correta e sábia. Assim, na hora da declaração anual (data estimada: em março, abril e maio de 2026), saberemos exatamente o que é preciso ser declarado, evitando deparar-nos com um alto valor de imposto a pagar ou descobrir que nosso CPF está com alguma irregularidade.
Observação importante:, Embora os valores oficiais de obrigatoriedade e os prazos de 2026 ainda dependam da divulgação final da Receita Federal, você não pode esperar! O intuito desta matéria é garantir que você mantenha a organização dos seus documentos e finanças desde já, transformando o planejamento em um hábito anual.
Malha Fina, o que é e Como Evitar
A Receita Federal utiliza o cruzamento de dados para fiscalizar as declarações, comparando a origem e o destino dos valores. O que isso significa?Significa que se uma fonte (Origem) registra uma saída de dinheiro para você (Destino), a Receita vai conferir se você informou exatamente o mesmo valor como rendimento recebido. Qualquer divergência nessa comparação simples pode ser o primeiro passo para cair na malha fina.
Outro ponto crucial que a Receita Federal analisa é o crescimento patrimonial. Sua renda declarada é compatível com o aumento de bens (compra de imóveis, veículos, grandes investimentos) que você obteve durante o ano?
Se a Receita identificar um aumento de patrimônio que não pode ser justificado pela renda declarada, ela pode interpretar isso como omissão de fonte de renda. Isso é comum em casos de trabalhos informais ou recebimentos não registrados.
Um terceiro exemplo é o ganho de capital na venda de um imóvel. Não basta informar a venda na declaração anual! É obrigatório calcular e declarar o lucro obtido (ganho de capital) e o imposto devido por meio de um programa específico chamado GCAP. A entrega desse cálculo é obrigatória até o último dia útil do mês seguinte ao da venda, mesmo que haja isenção.
Diante desses exemplos, fica clara a grande importância do planejamento fiscal durante o ano todo e não apenas na hora de preencher a declaração.
E se Eu Cair na Malha Fina?
É importante frisar que cair na malha fina não é o fim do mundo e nem significa que seu CPF será bloqueado ou que você será multado imediatamente.
A malha fina é um alerta da Receita de que pode haver alguma inconsistência. A Receita irá notificar você e solicitar documentos que comprovem o que foi declarado. Se você fez tudo de acordo com as regras e tem a documentação correta (informes de rendimentos, notas fiscais, contratos), não há o que se preocupar!
Assim que os documentos forem enviados e a Receita confirmar que está tudo correto, você sairá da malha sem nenhum prejuízo. O planejamento e a organização são, portanto, seus melhores aliados.
Afinal, Você Está Obrigado a Declarar o IR 2026?
Todos anos os critérios de obrigatoriedade são atualizados e por isso, nós também devemos olhar todos os anos e verificar se cumprimos alguns desses critérios. A renda anual por si só pode não te obrigar a declarar, mas se caso você cumprir algum outro critério, passará a ser obrigado.
Os critérios para a declaração 2024 referente aos fatos ocorridos no ano de 2025 são:

O prazo para a entrega da declaração em 2026 será, muito provavelmente, até o dia 31 de maio. Caso você se enquadre nos critérios de obrigatoriedade e não entregue a declaração, seu CPF poderá ser bloqueado, você receberá multa por atraso e enfrentará dificuldades para obter empréstimos, financiamentos ou até mesmo a emissão de passaporte.
É fundamental lembrar que fazer a declaração não significa necessariamente pagar imposto. A declaração é um ajuste anual que pode resultar em: imposto a pagar, restituição de valor já pago durante o ano ou em saldo zerado.
O que gera imposto a pagar, como o próprio nome já diz, são os rendimentos tributáveis. Isso inclui salários, aluguéis, pró-labores, rendimentos de atividades autônomas, MEI, recebimentos sem retenção na fonte, e ganhos de capital (venda de imóveis ou ações).
No caso de um salário CLT, onde o IR já é descontado mensalmente na fonte, a declaração anual serve para ajustar esse valor: se descontaram a mais durante o ano, você trá valor a restituir. Se descontaram a menos, você terá valor a pagar.
A partir disso, há um ponto que exige muita atenção: Não podemos declarar apenas os rendimentos tributáveis. É obrigatório informar também:
A declaração completa de Bens e Direitos é de grande importância para justificar a movimentação do seu dinheiro. A venda de um bem justifica a entrada de dinheiro na conta, enquanto a compra de um bem justifica a saída. Isso é a base do cruzamento de dados da Receita.
No caso das despesas, para quem opta pela declaração por Deduções Legais, elas servem para serem abatidas no cálculo do imposto, fazendo com que você restitua mais ou pague menos imposto. Mesmo se você optar pelo Desconto Simplificado, as despesas são cruciais, pois se um médico declarar que recebeu um pagamento seu, a Receita checará se o dado confere com a sua declaração. Por isso, a necessidade de guardar todos os recibos, notas fiscais e comprovantes em seu CPF.
O Imposto de Renda pode parecer complicado, mas, na realidade, ele é um reflexo de todos os seus controles financeiros feitos durante o ano todo. Não espere chegar a época da declaração anual para 'ajeitar a casa': planeje-se e consulte um contador de confiança ao realizar quaisquer movimentações que gerem impacto em seu patrimônio. Fazendo tudo conforme as regras, você aumenta as chances de restituir valores e de evitar surpresas desagradáveis no futuro — Ana Caroline Zanatta.